segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Varejo da Alfarroba como símbolo do Algarve!



A agricultura de sequeiro foi, em tempos, uma das principais actividades económicas do interior algarvio. A principal vertente desta actividade era a cultura dos frutos secos, destacando-se a alfarroba, o figo e a amêndoa.
Hoje em dias, são poucos os que ainda trabalham no campo, apesar de continuar a ser um dos símbolos do Algarve.
O Varejo (à moda algarvia) é efectuado nos meses de Agosto e Setembro, sendo uma actividade à base de trabalho manual. Consiste em bater nos ramos da árvore com a ajuda de varas de madeira compridas, tradicionalmente compradas nas feiras, ou com canas. Esta acção faz cair os frutos, que depois são apanhados no chão limpo de folhas, ramos e arbustos (como antigamente) ou em panos de matéria plástica, utilizados hoje em dia.
A Alfarrobeira é uma árvore selvagem característica da costa do Mediterrâneo e a alfarroba é a sua vagem comestível, adocicado e semelhante ao feijão.
O Alfarroba é um fruto com uma enorme diversidade: é utilizada na produção de gomas e espessantes; a polpa da vagem é torrada, triturada e transformada em farinha de alfarroba; substitui o cacau, apesar de possuírem enormes diferenças; o fruto é ainda utilizado para produção de aguardente de alfarroba, licores, pastelaria regional e mel.
É um alimento saudável de elevado teor nutritivo, que não possui qualquer agente alergénico ou estimulantes. Colabora para o bom funcionamento o sistema nervoso, melhora a atitude mental e de raciocínio.
Possui um alto teor de açúcares e um baixo conteúdo calórico, com alta quantidade de fibras naturais.
Dados todos os seus benefícios e a sua diversidade, Portugal é o segundo maior país de exportação de farinha de alfarroba.










































segunda-feira, 10 de novembro de 2014

No Dia de S. Martinho Vai-se à Adega e Prova-se o Vinho…



Em Portugal, o Outono e a chegada definitiva do tempo frio são comemorados no dia 11 de Novembro, Dia de São Martinho.
Relativamente à história de S. Martinho, reza a lenda que “num dia tempestuoso ia São Martinho, valoroso soldado romano, montado no seu cavalo, quando viu um mendigo quase nu, tremendo de frio, que lhe estendia a mão suplicante…São Martinho não hesitou: parou o cavalo, poisou a sua mão carinhosamente na do pobre e, com a espada, cortou ao meio a sua capa de militar, dando metade ao mendigo. E apesar de mal agasalhado e sob chuva intensa, preparava-se para continuar o seu caminho, cheiod e felicidade. Subitamente, a tempestade desfez-se, o céu ficou límpido e um sol de Estio inundou a terra de luz e calor. Diz-se que Deus, para que não se apagasse a memória dos homens o acto de bondade praticado pelo Santo, todos os anos, nessa mesma época, cessa por alguns dias o tempo frio e o céu e a terra sorriem com a bênção dum sol quente e miraculoso. É o chamado Verão de São Martinho!”

A palavra Magusto significa “Queimado, grande fogueira, onde alabaravam as castanhas”.
O Magusto é a festa associada ao São Martinho e à apanha da castanha que se realiza nesta época do ano. Nesta festa, familiares e amigos reúnem-se à volta de uma fogueira, ao ar livre, onde se assam e comem castanhas, acompanhadas de jeropiga, água-pé ou vinho novo. Este último é o primeiro vinho que já está pronto a provar, após as vindimas dos meses de Setembro e Outubro
Afinal, o que é a jeropiga? Não é mais do que uma bebida alcoólica preparada adicionando aguardente ao mosto de uva para parar a fermentação, sendo o resultado final uma bebida mais doce e mais alcoólica do que o vinho.
E água-pé? É uma bebida alcoólica tradicionalmente portuguesa, com baixo teor de álcool, resultante da adição de água ao bagaço de uva e aguardente.
Estas duas bebidas de fabrico caseiro, são confeccionadas para consumo nos magustos e outras festividades tradicionais do Outono-Inverno.
E a castanha, qual a sua origem? Quantos anos tem? É oriunda da Ásia Menor, Balcãs e Cáucaso, acompanhando a civilização há mais de 100 mil anos. Esta sempre foi um importante contributo calórico para o homem pré-histórico, que também alimentou animais.
A castanha era utilizada pelos gregos e romanos para conservar o mel nas ânforas. Os romanos utilizavam as castanhas nos seus banquetes e durante a Idade Média, as castanhas eram moídas e utilizadas na culinária, tornando-se mesmo um dos principais farináceos da Europa. Chegou a substituir o pão e a batata!
É uma semente que surge no interior do ouriço, o fruto do castanheiro. A nível nutricional, a castanha é um hidrato de carbono com o dobro da quantidade de amido da batata.  É rica em vitamina C e B6 e uma fonte de potássio.
Cozidas, assadas ou transformadas em farinha, sempre foram um alimento muito popular, cujo aproveitamento remonta à Pré-história.

E você, como e onde festeja o Magusto?